quinta-feira, 21 de março de 2013

Ringo Starr, o beatle injustiçado

Brincadeiras à parte (como a camiseta das baratas), é mais comum ouvir pessoas dizendo que Ringo Starr é um mau baterista do que declarando gostar de Beatles.

Quando alguém faz um comentário do tipo, eu, como baterista, pergunto logo "por quê?". A resposta é basicamente a mesma: "ah, ele faz coisas muito básicas, não parece ser difícil fazer o que ele faz".

Eu costumava responder dizendo que um baterista que influenciou tantos outros não pode ser ruim, que certas coisas que ele fez nos discos dos Beatles não são assim tão fáceis, que tocar os outros instrumentos na banda também não é difícil e coisas do tipo. Depois de tantas conversas semelhantes, cheguei à conclusão de que o povo confunde um bom baterista com um baterista habilidoso, e isso são coisas completamente diferentes.

Um jogador de futebol habilidoso que não passa a bola e nem faz gol não joga em time nenhum, prova disso é que nenhum vencedor de freestyle se tornou profissional dos campos e nem das quadras. Na música é a mesma coisa, um cara habilidoso que só quer fritar trezentas notas por segundo se torna chato. Um polirrítmico que consegue tocar com cada membro em um tempo diferente, faz melodias desconexas que soam estranho a quaisquer ouvidos.

Resumindo, é preciso saber tocar para a música assim como é preciso saber jogar para o time, e Ringo sabia muito bem fazer isso. Realmente era (e ainda é) pouco habilidoso com as baquetas e menos ainda com a voz (e ainda é também), mas colocou cada nota de seus tambores tão bem que nem Mike Portnoy, baterista conhecido por sua habilidade, as modifica quanto toca as músicas de Ringo na Yellow Matter Custard, sua banda cover de Beatles.

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