quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ringo (not so) Starr toca em São Paulo

Depois de ter perdido a oportunidade de ver o beatle vivo que me restava na primeira vez que ele veio ao Brasil, em 2011, decidi não deixar pra uma terceira e comprei o ingresso num preço bem bacana com alguns meses de antecedência, e o show foi tão estranho que acabou virando post aqui no Redigindo.

Vale ressaltar que, de quando deixei de ir no show de dois anos atrás até ontem, não quis saber nada sobre o espetáculo, que músicas rolavam, se o setlist era composto por apenas músicas dele, se rolava tudo que ele cantou nos Beatles ou alguma música aleatória da banda, enfim, queria que tudo fosse inédito e totalmente livre de spoilers.

Com pontualidade não muito britânica, Ringo Starr e sua All Star Band entraram no palco e logo na quarta música já se entende o porquê da banda cheia de astros da música. Composta atualmente por músicos do Santana, Toto, Mr. Mister e David Lee Roth, Ringo foi para a bateria, apresentou Todd Rundgren, guitarrista que já tocou com meio mundo, e a banda tocou uma música do cara, que apresentou outro músico e tocaram uma música da carreira do apresentado, e assim por diante, excluindo músicas do David Lee Roth.

Apesar de Ringo praticamente dublar a bateria (Greg Bissonette que levava tudo o tempo todo e com a bateria de Ringo a menos da metade do volume que a de Greg), achei bacana, o cara estava mostrando que sua banda fazia jus ao nome, mas das 24 músicas apresentadas na noite, 13 não eram de Ringo ou dos Beatles, então o que no começo foi legal acabou sendo uma grande enrolação e, o pior, mas pior de tudo mesmo, não tocaram Octopus's Garden, uma das músicas mais bacanas e emblemáticas que ele cantava nos Beatles e uma das somente duas que ele escreveu enquanto estava na banda.

Não bastasse a enrolação, Ringo desce bons dois tons pra cantar algumas de suas músicas da época dos Beatles, o que acaba por descaracterizá-las mais ainda, já que a banda as toca com arranjos bem diferentes dos originais.

Pra fechar com chave de cocô, Ringo acabou o show e não voltou para um bis, que foi pedido pelo público. Sobre isso, só tenho uma coisa a dizer: em todos esses anos nessa indústria vital, essa é a primeira vez que isso me acontece.

Não que o show tenha sido ruim, mas os desavisados e musicalmente deslocados foram lá esperando ouvir "Twist and Shout", os mais ligados esperavam, no mínimo, todas as músicas da fase Beatles e algumas de sua carreira solo. Salsí-fufú pra todos, meu nego!

Fatos do show:
- Ringo é miúdo. Quando entrou no palco foi até difícil achá-lo
- Ringo não dança no ritmo
- O som poderia estar mais alto
- O Credicard Hall é péssimo, desde a localização até a sinalização geral
- Saí do show com uma música do Toto na cabeça
- Em sua própria banda, Ringo não é nem The Drummer